09 junho 2005

Sessão Comemorativa do Dia Mundial do Ambiente

Aconteceu ontem a Sessão Comemorativa do Dia Mundial do Ambiente (para quem não sabe é o dia 5 de Junho...) no Instituto do Ambiente. Era esperada a presença de sua Excelência o Senhor Secretário de Estado do Ambiente o Doutor Humberto Rosa mas por motivos legítimos de saúde veio, a representá-lo, o seu Chefe de Gabinete.

Estive presente o dia inteiro e gostei bastante de algumas intervenções. No que respeita ao Programa Polis devo mencionar que a apresentação do Arquitecto Paisagista, José Lousã, sobre a intervenção projectada para o rio Pavia na cidade de Viseu, foi bastante atractiva. Começou por mostrar imagens do estado degradado que o rio apresenta actualmente no que respeita a contaminação por descargas de efluentes líquidos resultantes de águas residuais e no que respeita a má gestão das margens conduzindo a maior poluição do próprio rio e uma ausência de aproveitamento deste recurso natural. É interessante notar que neste projecto foram considerados vários leitos de rio correspondendo a diferentes valores de caudal e até mesmo ao caudal de ponta de cheia (período de retorno de 100 anos) sendo que todo o projecto foi desenhado adequando o uso do solo para as diferentes áreas do leito e para a eventualidade de cheia. Como dizia José Pinto Leite, coordenador do Programa Polis, mesmo os solos de risco podem ser construídos desde que adequando o tipo de construção e avaliando o risco (probabilidade versus intensidade). Assim sendo, o leito de cheia deve estar previsto nos planos de pormenor e o uso das margens nessa área de risco deve ser adequando de forma a evitar maiores danos/prejuízos no caso de ocorrer a cheia. Por exemplo, essa área pode ser ocupada com vegetação e algum mobiliário urbano de baixo suporte para lazer e recreação de modo que não sejam provocados danos em património edificado ou mesmo em pessoas ou animais.
Queria ainda deixar bem claro que eu SOU A FAVOR DO PROGRAMA POLIS desde que sejam tomadas medidas eficazes para monitorização ambiental e valorização ambiental das cidades. Só tenho dúvidas sobre algumas maquetas quando vejo que todos os “parques da cidade” são construídos com pavimentos artificiais (mesmo que sejam permeáveis) e não com terra de jardim, ou gravilha, e vegetação de modo a criar um contínuo natural que devolva à cidade um “pulmão verde”. Como exemplo, a cidade de Castelo Branco está já a ganhar com o Programa Polis tendo níveis de ruído mais baixos e maior qualidade do ar em certas zonas antigamente mais movimentadas com tráfego automóvel. No entanto, uma cidade como Castelo Branco necessitaria de um espaço verde, como o Parque Eduardo VII ou Monsanto em Lisboa na devida proporção, que tornasse a cidade mais agradável para quem lá vive e tem de enfrentar um tempo terrivelmente seco e quente no verão e demasiado frio no Inverno.

1 Comments:

At 20 junho, 2005, Blogger Susana de Carvalho said...

Gostei deste post pois tem informação acerca dos projectos
Polis que não conhecia. Acho que era interessante saber-se mais sobre
estes projectos. Por exemplo, se têm apenas preocupações estéticas (que
são muito importantes para a qualidade de vida), ou se também têm
preocupações
com a sustentabilidade das respectivas cidades.
Pedro F. Santos

 

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