23 março 2007

Refugiados Climáticos

Encontrei na revista Visão desta semana um pequeno artigo sobre o arquipélago de Tuvalu, uma pequena nação da Polinésia. Segundo o artigo este país corre o risco de se tornar inabitável, bastando para isso uma subida de 20 a 40 centímetros do nível das águas do mar. Com uma área total de apenas 26 quilómetros quadrados e uma elevação máxima de 5 metros, Tuvalu perdeu já 3 mil dos seus 11 mil habitantes devido às mudanças climáticas. A Nova Zelândia, que desde 2001 tem vindo a acolher "refugiados" oriundos de Tuvalu, já afirmou que acolherá a restante população em caso de submersão do arquipélago.

Os habitantes de Tuvalu arriscam assim tornar-se nos primeiros "refugiados climáticos" do planeta. E certamente não serão os últimos. A subida do nível das águas do mar terá consequências devastadoras em muitas zonas costeiras do mundo e as alterações climáticas contribuirão para a desertificação de muitas outras áreas. E independentemente da responsabilidade do homem no aquecimento global e nas mudanças climáticas à escala planetária, em muitos casos o homem é directamente responsável pelas mudanças ambientais verificadas: a imparável desflorestação da Floresta Amazónica e da Ilha de Madagáscar, assim como a morte anunciada do Mar de Aral (outrora o 4º maior lago do mundo) são apenas alguns exemplos disso mesmo.

É por isso com grande tristeza, apreensão e (desculpem-me a expressão) nojo que oiço os líderes mundiais afirmar que não podem comprometer a economia e o crescimento económico dos seus países por causa das questões ambientais. Pois bem, aqui fica uma pequena sugestão para os grandes "senhores" da política mundial: que tal uma temporada em Tuvalu? Talvez ganhassem uma perspectiva diferente sobre o que é realmente importante ...