30 junho 2005

IVA

É já a partir de amanhã que o IVA passa de 19 para 21%.
Este aumento de 2 p.p. pode levar a um aumento de preços.
Eu digo que pode na esperança que as empresas não incidam, pelo menos completamente, este aumento no preço de venda ao consumidor.
De facto, um aumento de impostos não tem, necessariamente, de significar um aumento de preços pelo mesmo valor.
Mas pela situação de crise que se vive não é de esperar que as empresas optem por baixar a sua margem de lucro, mantendo os preços inalteráveis.
Apesar de tudo,
Se é verdade que as empresas que actuam em monopólio ou oligopólio não costumam absorver os preços, por outro lado a existência de forte concorrência, quando não está de conluio, costuma aliviar o consumidor....
São as forças de mercado a actuar.

28 junho 2005

A Varina na República

A 'Varina' (tuneladora) chega no próximo fim-de-semana à Av. da República. Por este motivo, a exploração na linha amarela da rede metro de lisboa estará interrompida nos próximos dias 2 e 3 de Julho. É impressionante a velocidade com que a escavação do túnel, que fará a ligação entre a Alameda e S. Sebastião II, está a ser realizada pela tuneladora.
Mesmo assim ainda falta bastante tempo para a rede Metro ser uma grande rede cheia de malhas que permitam atingir todos os pontos da cidade num curto espaço de tempo. Ainda não é possível chegar a Alcântara ou a Santos de Metro e ainda faltam muitas interfaces como em Telheiras e Amadora mas lá chagaremos. E podemos sonhar com outros pontos da cidade ainda mais arrojados como Belém, Algés, Ajuda, Monsanto e muito mais...
Como dizia um amigo meu "se todos trabalhassem tão depressa, não tínhamos de esperar tanto pelo fim das obras..."

Viv’a Praia

Interesse em conhecer a qualidade da água da praia que frequentas?
E saber que praias têm bandeira azul?
Basta clicar em http://www.vivapraia.com/ do Instituto do Ambiente.
É também possível saber as previsões do tempo e marés e as alturas do dia em que o índice de ultravioletas é mais elevado.

23 junho 2005

António Rosado no Instituto Franco-Português


Foi no dia 21 de Junho (no primeiro dia de Verão) pelas 21H que, mais uma vez, António Rosado encantou e acalentou os ânimos estivais.
Já nos habitou mal, bem, a esta presença forte e profunda que empenha em palco arrasando todas as possíveis dúvidas sobre o seu virtuosismo.
Desde há muitos anos que oiço o seu nome entoado pelos corredores das escolas de Música onde estudei. Mas de cada vez que consigo vê-lo em palco, no seu mundo, fico abismada.
Para mim, é sem qualquer dúvida o melhor pianista nacional da actualidade. Não só pelo rigor técnico e dinâmica de interpretação mas pela facilidade com que se envolve com a audiência como que criando uma cumplicidade entre o público e o seu esforço a sua maravilhosa capacidade artística. Acontece-me sempre não conseguir fechar os olhos quando escuto os seus concertos. Tenho que os abrir! Porque o seu movimento corporal, a sua expressão facial tudo isso faz parte da interpretação. O movimento dos dedos em simultâneo com estes factores são para ser observados, fazem parte da música. Por isso, não posso fechar os olhos pois estaria a perder parte da “obra de arte”.
Neste concerto, como não podia deixar de ser, o programa escolhido foi apropriado ao local e de muito bom gosto:

Claude Debussy
1º caderno dos Livros de Prelúdios
  • Danseuses de Delphes
  • Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir
  • Les collines d’Anacapri
  • Le vent dans la pluie
  • Des pas sur la neige
  • Ce qu’a vu le vent de l’Ouest
  • La fille au cheveux de lin
  • La sérénade interrompue
  • La cathédrale engloutie
  • La danse de Puck
  • Minstrels

Franz Liszt

  • Balada nº2 em si menor
  • Au bord de d’une source
  • Paráfrase de Concerto sobre « Faust » de Gounod

Na primeira parte, António Rosado, entrou como que "a medo" tendo depois como que "desabrochado" após o terceiro prelúdio e aí sim demonstrando de novo a sua elevada qualidade. Mais uma vez "La fille au cheveux de lin" deixou-nos sonhar com uma planície serena por onde as vagas searas ondulam e aí sim pudemos fechar um pouco os olhos. Mas o prelúdio que devo devidamente enaltecer é sem dúvida La cathédrale engloutie - majestoso, sublime!

Sem pedal a mais, extremamente bem timbrado com uma melodia magnifica nos 4º e 5º dedos, Rosado deu-nos mais uma vez um Debussy impressionista e bem caracterizado.

Em relação à 2ª parte do concerto a nota máxima vai sem dúvida para a Balada em si m. Num ambiente mais romântico e virtuoso, típico de Liszt, Rosado mostrou uma interpretação poderosa e rápida, bem a seu gosto.

Como não poderia deixar de ser, ainda nos brindou com dois encore's onde brilhou, a meu ver, na interpretação de Chopin criando um degradé de sons enviezados por uma dinâmica muito apropriada a Chopin.

Magnifique Monsieur Rosado, Magnifique!

Biografia António Rosado (Gulbenkian) em:

http://www.musica.gulbenkian.pt/?cgi-bin/wnp_db_dynamic_record.pl?dn=db_musica_biographies_pt&sn=musica&orn=17

22 junho 2005

Semáforos descontrolados

Já estamos habituados a reparar que os semáforos da nossa cidade se encontram desfasados e desregulados provocando um abrandamento na velocidade dos veículos e muitas vezes o engarrafamento. Não entendo como é que a Câmara Municipal de Lisboa não se empenha a construir planos de acessibilidade que incluam redes de tráfego que controlem esta situação. Por outro lado, o simples facto de em Portugal não existir Licenciatura em Engenharia de Tráfego é capaz de explicar esta situação. Os jovens engenheiros que se queiram especializar nesta área têm de se deslocar a outro país, como a Inglaterra, para fazer um mestrado ou pós-graduação nesta área. Incrível...

Outro parâmetro que ainda não está regulado é o tempo de fecho do sinal ao fim-de-semana. Pelo que percebi os tempos de regulação entre semáforos é igual ao fim-de-semana e aos dias de semana. Como é possível? Assim, acontece que ao subirmos uma avenida como a Av. Almirante Reis num Sábado ou Domingo de manhã estamos sucessivamente a fazer o "pára-arranca" por causa dos semáforos para os peões que simplesmente não existem aos fins-de-semana. Com este pára-arranca estamos a emitir muitos mais gases de escape e não se justifica o tempo de espera uma vez que a quantidade de peões ao fim-de-semana é muito inferior à que se verifica aos dias de semana. Porque não criar um sistema de controlo de tempos de semáforo diferenciado para dias de semana e fim-de-semana?

20 junho 2005

Chorinho dos Professores

Começam hoje os exames nacionais do 9ºAno. Começou também hoje a greve nacional de professores do secundário...
Entretanto a Senhora Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, enviou um despacho anunciando que os professores deveriam garantir os serviços mínimos nas escolas (seja lá o que isso for...) e quem não cumprisse estaria sujeito a conselho disciplinar. Resultado: hoje de manhã escutava na TSF os “pobres dos professores” a chorar (literalmente!) porque, vejam lá, estão a negar-lhes o direito a fazer greve!!!
Isto é escandaloso. Primeiro falou-se em fazer os exames em Agosto e vieram logo os senhores professores a dizer que não pois exigiam férias em Agosto, agora já não se importam que mudem os exames para Agosto porque não querem fazê-los agora por causa da greve! Entretanto os pobres jovens é que têm de se aguentar à bronca: estuda, estuda, estuda e exame adiado para quando? Não se sabe ainda, se calhar para o mês de Agosto com temperaturas de 40ºC quando os pais estiverem no Algarve a desfrutar das férias. Parece-me bem...
O que mais me choca é que isto vem comprovar a minha desconfiança: Este país jamais se endireitará! Com professores deste calibre...
A chorar senhores?!?!?!
Vocês têm direito à greve. Mas será que têm direito a negligenciar as consequências da mesma principalmente quando se trata de um dia de exames nacionais? Gostavam que isto vos tivesse acontecido enquanto estudantes? Ou aos vosso filhos?

19 junho 2005


benditas ferias que nunca mais chegam...

09 junho 2005

Sobre os Incêndios que vêm aí...

Sobre os culpados... desculpem dize-lo mas somos todos nós!!! Não basta sentarmo-nos e escrever umas críticas para atacar aqueles que no fundo tem o poder que "nós" lhes demos.
Há poucos dias atrás assisti perto da minha casa a uma atitude que me fez logo lembrar deste assunto. Um terreno, não construído, entre casas habitadas estava cheio de restolho, ervas, arbustos e folhas secas. O que vi foi um grupo de homens em tronco nu com a "mão na massa" a limpar aquele terreno deixando-o apenas com as árvores de copa elevada e todo o terreno livre de resíduos facilmente inflamáveis. Isto sim, é Portugal em acção! Não tenho a menor dúvida de que aqueles homens não eram os proprietários do terreno e no entanto, ali estavam eles a prevenir um mal maior para as casas ao redor. Tomemos este caso como exemplo e passemos a olhar em redor para nos apercebermos de pequenos grandes gestos que podemos tomar para evitar calamidades para nós e para o próximo.
Quanto aos outros "senhores", os que trocaram o tronco nú pelo colarinho branco, façam POLÌTICA, sejam líderes e não "aves raras" a passear sem orientação. Olhem para a frente e não para o próprio umbigo porque um HOMEM não é só status e dinheiro é a marca nos outros nos que ainda hão de vir e que têm o poder de manter-nos vivos e honrados mesmo depois de mortos. Mostrem o vosso pulso firme e a vossa determinação - Demarquem-se para serem eternamente relembrados.
Sobre este assunto veja também a discussão em:
e um artigo sobre os incêndios em 2004 e 2003 em:

Sessão Comemorativa do Dia Mundial do Ambiente

Aconteceu ontem a Sessão Comemorativa do Dia Mundial do Ambiente (para quem não sabe é o dia 5 de Junho...) no Instituto do Ambiente. Era esperada a presença de sua Excelência o Senhor Secretário de Estado do Ambiente o Doutor Humberto Rosa mas por motivos legítimos de saúde veio, a representá-lo, o seu Chefe de Gabinete.

Estive presente o dia inteiro e gostei bastante de algumas intervenções. No que respeita ao Programa Polis devo mencionar que a apresentação do Arquitecto Paisagista, José Lousã, sobre a intervenção projectada para o rio Pavia na cidade de Viseu, foi bastante atractiva. Começou por mostrar imagens do estado degradado que o rio apresenta actualmente no que respeita a contaminação por descargas de efluentes líquidos resultantes de águas residuais e no que respeita a má gestão das margens conduzindo a maior poluição do próprio rio e uma ausência de aproveitamento deste recurso natural. É interessante notar que neste projecto foram considerados vários leitos de rio correspondendo a diferentes valores de caudal e até mesmo ao caudal de ponta de cheia (período de retorno de 100 anos) sendo que todo o projecto foi desenhado adequando o uso do solo para as diferentes áreas do leito e para a eventualidade de cheia. Como dizia José Pinto Leite, coordenador do Programa Polis, mesmo os solos de risco podem ser construídos desde que adequando o tipo de construção e avaliando o risco (probabilidade versus intensidade). Assim sendo, o leito de cheia deve estar previsto nos planos de pormenor e o uso das margens nessa área de risco deve ser adequando de forma a evitar maiores danos/prejuízos no caso de ocorrer a cheia. Por exemplo, essa área pode ser ocupada com vegetação e algum mobiliário urbano de baixo suporte para lazer e recreação de modo que não sejam provocados danos em património edificado ou mesmo em pessoas ou animais.
Queria ainda deixar bem claro que eu SOU A FAVOR DO PROGRAMA POLIS desde que sejam tomadas medidas eficazes para monitorização ambiental e valorização ambiental das cidades. Só tenho dúvidas sobre algumas maquetas quando vejo que todos os “parques da cidade” são construídos com pavimentos artificiais (mesmo que sejam permeáveis) e não com terra de jardim, ou gravilha, e vegetação de modo a criar um contínuo natural que devolva à cidade um “pulmão verde”. Como exemplo, a cidade de Castelo Branco está já a ganhar com o Programa Polis tendo níveis de ruído mais baixos e maior qualidade do ar em certas zonas antigamente mais movimentadas com tráfego automóvel. No entanto, uma cidade como Castelo Branco necessitaria de um espaço verde, como o Parque Eduardo VII ou Monsanto em Lisboa na devida proporção, que tornasse a cidade mais agradável para quem lá vive e tem de enfrentar um tempo terrivelmente seco e quente no verão e demasiado frio no Inverno.